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Portifólio Francisco Nanni

Análise completa de 3 poemas de Alberto Caieiro, Heterônimo de Fernando Pessoa (Trabalho de Universidade- Literatura Portuguesa):

Há Poetas que são Artistas

  E há poetas que são artistas
  E trabalham nos seus versos
  Como um carpinteiro nas tábuas! ...     
  Que triste não saber florir!
  Ter que pôr verso sobre verso, corno quem constrói um muro
   E ver se está bem, e tirar se não está! ...
   Quando a única casa artística é a Terra toda
   Que varia e está sempre bem e é sempre a mesma.
    
     Penso nisto, não como quem pensa, mas como quem respira,
     E olho para as flores e sorrio...
     Não sei se elas me compreendem
     Nem sei eu as compreendo a elas,
     Mas sei que a verdade está nelas e em mim
     E na nossa comum divindade
     De nos deixarmos ir e viver pela Terra
     E levar ao solo pelas Estações contentes
     E deixar que o vento cante para adormecermos
     E não termos sonhos no nosso sono.

Esse poema possui todo o objetivismo presente na obra de Alberto Caieiro, o qual mostra-se, primeiramente, na concepção do autor sobre a poesia e do ato do criar poético. Há autores e correntes que enxergam o poema como um trabalho, uma obra que demanda tempo e construção, mas Caieiro não concorda com essa concepção como o mesmo diz: “Que triste não saber florir! / Ter que pôr verso sobre verso, corno quem constrói um muro/    E ver se está bem, e tirar se não está! ...”
Para o autor a poesia consiste nas coisas concretas presentes na natureza “Quando a única casa artística é a Terra toda/ Que varia e está sempre bem e é sempre a mesma.”) Portanto, a poesia já está pronta, não há nenhum tipo de esforço e trabalho em fazer poesia, pois ela já existe e é sempre a mesma. Através dessa concepção “de forma objetiva, o heterônimo faz uso da doutrina panteísta que encontra na natureza a explicação de sua existência” (MENEGUSSO, 2012, p.7)
Além disso, o poeta apresenta de forma objetiva o valor que ele dá para o sentir dos órgãos sensoriais no lugar do pensar na estrofe: “Penso nisto, não como quem pensa, mas como quem respira”. Para Caieiro, ele e as flores tem em comum o fato de existir, apenas existir e viver, sem pensar, só sentindo o que a natureza proporciona.

BIBLIOGRAFIA:

MENEGUSSO, Gustavo. Estilo de Mestre: objetividade e culto à natureza nos poemas do heterônimo Alberto Caeiro, de Fernando Pessoa. https://www.ufjf.br/darandina/anteriores/edicoes2012-v5n1/artigos/, 2012

PESSOA, Fernando. O Guardador de Rebanhos. Pessoa revisado. Domínio Público, http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=15723.
    

Resenha do artigo científico “Educação híbrida: um conceito chave para a educação, hoje”

Educação híbrida: um conceito chave para a educação, hoje, de José Moran
“Educação híbrida: um conceito chave para a educação, hoje”, trata-se de um texto do José Moran, Doutor em Comunicação pela Universidade de São Paulo, Professor e pesquisador de inovações nos cursos híbridos e on-line que atualmente atua Grupo de Pesquisas em Educação Híbrida do Instituto Singularidades. Esse texto foi publicado no livro Ensino Híbrido: Personalização e Tecnologia na Educação, organizado por BACICH, TANZIE E TREVISANI- – Porto Alegre: PENSO, 2015 e se encontra da página 27 a 45.
O texto de Doutor José Moran busca explicar o que se trata por ensino híbrido e como o mesmo funciona nos modelos de sala de aula tanto na pedagogia tradicional como na inovadora.
Para isso, o pesquisador começa seu texto abordando o conceito de híbrido (que segundo ele trata-se de algo “misturado, mesclado, blended”) e introduzindo o mesmo sobre o campo da educação. Nesse contexto, o pesquisador considera a educação um processo híbrido, pois é combinatório e combina espaços, tempos, atividades, metodologias, públicos. Além disso, o aprendizado também é híbrido, pois aprende-se com processos organizado, mas também com processos abertos e informais, até mesmo sozinho, sem a presença do professor ou da sala de aula.
Diante disso, o Doutor busca compreender e explicar como a educação híbrida contribui para o processo educativo de ensino e aprendizagem, no contexto da sociedade atual, que possui muita mobilidade e conectividade, pois as mesmas ajudaram a perceber esse processo, que ficou muito evidente ao mix de presencial e online, porém Moran diz que não deve ser a isso e sim a combinação de diversas metodologias e processos que alavanquem o ensino. Assim, o autor faz uma abordagem ampla, mas ao mesmo tempo objetiva do conceito de educação híbrida para desse modo inseri-lo na prática da sala de aula.
O texto aborda como se comporta o ensino híbrido presente nos modelos pedagógicos inovadores. Ou seja, explicita como esses projetos políticos-pedagógicos usam do ensino híbrido para atingir dimensões importantes. Nesse contexto, a pedagogia inovadora busca, em primeiro lugar, construir um projeto de vida para seus alunos. Esse projeto é descrito como uma busca de motivação para a vida, a qual é construída através de diversas trocas, reflexões, histórias físicas e digitais formais e informais dentro do processo educacional.
Além disso, José Moran discute a busca pela construção de valores a partir das competências cognitivas e socioemocionais no modelo de ensino híbrido da pedagogia inovadora. Ele diz que há, nesse modelo, uma comunicação aberta, em múltiplas redes, com o apoio de tecnologias, que tem o objetivo de compreender as coisas diante de uma visão mais ampla, com uma abordagem a fim de desenvolver habilidades sociais, as quais não interessam ao modelo tradicional.
Para construir esses valores, o professor considera que há a necessidade de focar em problemas reais, desafios relevantes à sociedade, para além da função meramente cognitiva da educação. Diante disso, é inserido o ensino híbrido, como nas escolas inovadoras que mesclam áreas de conhecimento no processo de ensino e criam na sala de aula um ambiente mais centrado. Por isso, o autor considera que a tecnologia tem o papel de criar no ensino um processo híbrido que dê ao aluno mais autonomia no processo de aprendizagem e construção do conhecimento que vai além da relação tradicional entre professor-ensino-aluno. Aqui, o autor mostra que seu objetivo é mostrar como o ensino híbrido pode ser eficiente e quebrar algumas deficiências deixadas pelo modelo tradicional de sala de aula.
O texto trata, também, de como a educação híbrida pode ajudar o ensino tradicional a garantir melhores resultados. Nesse contexto, o autor considera que utilizar o ambiente virtual para propor atividades e desafios fora da sala de aula presencial pode garantir bons resultados e romper com o conservadorismo e monotonia dos modelos tradicionais.
O texto de José Moran é muito coerente e necessário para entender a negatividade da educação brasileira manter-se apoiada em um ensino tradicional e praticas arcaicas, as quais não têm gerado bons resultados. Assim, ler “Educação híbrida: um conceito chave para a educação, hoje” é fundamental para compreender como mesclar espaços, tempos, atividades, metodologias, públicos é um processo necessário à educação atual que cada vez mais pede um ensino mais híbrido, como propõem o Doutor. Portanto, esse texto é recomendado para pessoas interessadas na área da educação como pedagogos, professores e outros, pois faz uma análise crítica da influência da educação híbrida em bons resultados na aprendizagem e até mesmo na vida social com projetos de vida.




Resenha da matéria Ensino-Aprendizagem na Universidade Federal de Juiz de Fora 

Universidade Federal de Juiz de Fora, 2021, Francisco Nanni Vieira, Letras- Licenciatura.

A dinâmica da transferência na sala de aula.
                                                                                                                Francisco Nanni Vieira*

Neste texto, usaremos o artigo “A Dinâmica da transferência”, escrito por Freud, em 1912, para fazer uma análise teórica da relação entre professor e aluno. Com base nesse artigo, nossa análise buscará explicitar que ao pensar na relação professor-aluno na sala de aula é necessário pensar na dinâmica da transferência como um fenômeno existente nessa relação. Para desse modo, entender as dificuldades/empecilhos, mas também os facilitadores no processo de aprendizagem do aluno.
Existem, na psicanálise, processos que auxiliam o entendimento e a evolução positiva da relação entre o psicanalista e o paciente. Nesse contexto, entender o fenômeno da transferência é importante para compreender algumas coisas que assim como acontecem na terapia, acontecem também na sala de aula e dizem respeito a relação professor-aluno.
  A transferência é um fenômeno que ocorre quando se projeta em pessoas do convívio presente figuras marcante do passado do indivíduo. Esse processo de transferência não ocorre de maneira consciente e sim inconsciente, segundo Freud (1912, p.312)
   tudo que se possa justificar em fundamentos sensatos ou racionais, tornam-se inteligíveis se tivermos em mente que essa transferência foi precisamente estabelecida não pelas ideias antecipadas conscientes, mas também por aquelas que foram retiradas ou que são inconscientes(...)
Embora Freud tenha usado a transferência como um operador analítico da psicanálise, a mesma trata-se de um aspecto inerente a personalidade humana que está muito presente na vida social. Nesse sentido que se deve olhar a transferência como um fenômeno que fornece subsídios a relação professor-aluno, pois há transferência nessa relação. Ou seja, o aluno irá transferir vivências anteriores de sua vida para a figura do professor, por isso é importante que o professor saiba como exercer sua autoridade de modo que estabeleça uma relação assimétrica com o aluno.
Para entender como a transferência acontece na sala de aula
 “não podemos compreender o emprego da transferência como resistência enquanto pensarmos simplesmente em ‘transferência’. Temos de nos resolver a distinguir uma transferência ‘positiva’ de uma ‘negativa’, a transferência de sentimentos afetuosos da dos hostis e tratar separadamente os dois tipos de transferência” (FREUD, 1912, p.316).
 Ou seja, há dois tipos de transferência a negativa e a de amor, entender o modo como essa satisfação ou insatisfação pode se dirigir a figura do professor é entender como funcionam essas duas distintas transferências.
No processo de ensino-aprendizagem, a transferência negativa ocorre quando o aluno transfere para o professor sentimentos ruins, de ódio, os quais são oriundos de relações passadas. Esse tipo de transferência coloca limites na convivência entre professor-aluno e dificulta o processo de aprendizagem por parte do aluno, pois ela “deixa a instituição em estado inalterado ou agravado (FREUD, 1912, p.317).                                                                                                                                                                                       
Já a transferência de amor, ao contrário da negativa, ocorre quando o aluno transfere, para o professor, sentimentos bons. Trata-se de uma transferência muito mais fácil de acompanhar, pois resvala no desejo de aprender do aluno, sendo assim um operador muito importante no processo de ensino-aprendizagem, o qual deve ser utilizado de forma inteligente pelo professor.
Portanto, é possível concluir que esse texto busca compreender, com base no artigo “A Dinâmica da Transferência” de Freud, como o fenômeno de transferência está presente na relação entre professor e aluno e como ele ajuda a entender o porquê de certas atitudes negativas e até agressivas de certos alunos que atrasam o processo de aprendizagem, dando-nos a ciência que elas vêm de relações passadas da vida do mesmo e não são diretas ao professor. Além disso, proporciona o conhecimento que uma transferência de amor/afetuosa afeta de maneira positiva a aprendizagem do aluno e por isso, deve ser utilizada como um operador importante nesse processo.

FONTES BIBLIOGRÁFICAS:
Freud, Sigmund. A Dinâmica da transferência. Tradução de Joan Riviere, 1924 C. P., 2, 312-22..






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